Multimodalidade, gênero textual e leitura







O texto Multimodalidade, gênero textual e leitura de Ângela Dionísio Paiva e Leila Janot de Vasconcelos faz parte do capítulo 1 do livro Múltiplas Linguagens para o Ensino Médio, organizado por Clécio Bunzen e Márcia Mendonça. Os autores dessa publicação adotam uma perspectiva de ensino de caráter múltiplo das práticas sociais de linguagem sob a ótica das diferentes semioses da sociedade contemporânea, considerando as implicações dos vários letramentos em função da pluralidade cultural e multiplicidade de linguagens. Em “Multimodalidade, gênero Textual e Leitura”, Ângela Paiva Dionísio e Leila Janot de Vasconscelos debatem sobre o fenômeno da multimodalidade como um traço constitutivo dos gêneros textuais e como recurso metodológico, apresentando algumas razões pelas quais os professores poderiam refletir sobre o fenômeno da multimodalidade que é elucidado à luz da teoria cognitiva da aprendizagem multimodal de Mayer (2009). Para atingir o objetivo em termos de reflexão docente, já que o respectivo artigo é direcionado à professores do Ensino Médio, as autoras pressupõem, sob a perspectiva teórica, o gênero como um construto social a partir dos estudos linguísticos contemporâneos. O artigo discorre sobre as interações humanas mediadas por artefatos multimodais, trata dos gêneros falados e escritos materializados em textos multissistemicamente construídos, reflete sobre as similaridades no tratamento do texto verbal e do texto visual quanto ao uso de conceitos e, por fim, discute sobre a capacidade humana visuoverbal de processamento de informação. Basicamente as autoras, nas partes do artigo anteriormente citadas, colocam em debate as especificidades do processamento cognitivo de textos multimodais pertinentes a uma prática pedagógica que leve em conta os aspectos dos textos multissemióticos no planejamento e execução das atividades de linguagens pelos docentes, tomando esse caráter multimodal como objeto de estudo e práxis. Por fim, as autoras consideram que para o professor propor a leitura de qualquer texto no contexto da sala de aula, é necessário que ele esteja familiarizado tanto com o gênero quanto com o suporte que o veicula, na medida em que os recursos semióticos são utilizados de modos diferentes e podem comunicar sentidos diversos ou específicos em função do gênero e do suporte a que estão associados.

Para aprofundar um pouco mais sobre do que trata o artigo, assistamos essa bela fala de Ângela Paiva Dionísio e Luiz Antônio Marcuschi.


Heráclito Santos Martins Xavier

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